Reforma e amplicação em 1971

Mesmo em pleno funcionamento, o governo sempre manteve o estádio em obras, com o objetivo de concluir o projeto inicial de ampliação com a construção do anel superior, que ampliaria sua capacidade de 25 mil para aproximadamente 86 mil torcedores.
As arquibancadas, como prateleiras, foram colocadas de baixo para cima. Mas a obra só foi se complementar muitos anos depois, já à entrada da década de 1970, no governo de Luiz Viana Filho, quando re-inauguraram o estádio. Com festa e desastre (RISÉRIO, 2004).

No dia da reinauguração, em 04 de março de 1971, estavam presentes no estádio autoridades, como o governador Luiz Viana Filho, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange e presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici. Boatos que corriam na cidade antes da construção, serviram para criar um clima tenso durante as partidas de reinauguração entre Bahia x Flamengo, e Vitória x Grêmio.
Fruto de um alarme falso no decorrer do segundo jogo, pânico geral e corre-corre nas arquibancadas geraram uma tragédia no Octávio Mangabeira.
As pessoas estavam desconfiadas, diziam que a Fonte nova não suportaria o peso de mais de cem mil pessoas. A paranóia estava na cabeça de todos. Durante o jogo principal, depois do Bahia derrotar o Flamengo com um gol de Zé Eduardo, quando o Grêmio e vitória disputavam a bola em campo, um refletor pipocou. E alguém gritou: ‘A Fonte Nova está caindo’ [grifo do autor]. O pânico foi geral. Correria. Gente pulando de cima para baixo. Poeira, pisoteio, confusão e pânico (RISÉRIO, 2004).
Em meio a um ambiente marcado pela ditadura, a divulgação de um acidente com a proporção do primeiro acidente, prejudicaria a imagem do presidente e do governador.
A presença do presidente Médici e da sua comitiva militar na Bahia pode ter provocado o desencontro de informações quanto ao número de mortos e feridos.
Um dos poucos jornais a divulgar o número de mortos e feridos, o Jornal A Tarde, saiu no dia 05 de março de 1971, com uma matéria especial que apontava 2.086 feridos e 02 mortos. “Nem todos os casos atendidos pelo HPS foram registrados, em vista da balbúrdia reinante. Na porta do ambulatório do Hospital, soldados da Polícia Militar vedavam a passagem de jornalistas” (A Tarde, 05/03/1971).

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